Alguns séculos atrás a maconha era utilizada na botica (atual farmácia) para a “purificação da alma” e tratamento da ansiedade, no entanto, seu uso foi proibido no século XX porque estudos comprovaram seus efeitos nocivos à saúde humana. Atualmente, há um esforço conjunto de grandes centros acadêmicos e da indústria farmacêutica para a realização de estudos relacionados aos usos e efeitos terapêuticos de algumas substâncias que compõem a maconha. Devido a isso, ela está em debate para a legalização na terapêutica, visto que seu efeito benéfico no organismo é devido, principalmente, a dois de seus componentes: o canabidiol e o THC (tetrahidrocanabinol).
A opinião de muitos pesquisadores é que a intenção não é defender e incentivar o consumo popular das drogas, e sim disponibilizar mais uma alternativa terapêutica no mercado. O que ocorre é a existência de um preconceito existente em relação a essas substâncias devido ao fato de serem consideradas drogas ilícitas, proibidas em muitos países, havendo uma tendência da sociedade e de alguns profissionais da área científica de só enxergar o lado negativo dessas substâncias. No entanto, a codeína e a morfina, por exemplo, são derivadas do ópio e, no entanto, são medicamentos valiosos para a medicina.
Nos estudos realizados até o momento a maconha pode ter utilidade terapêutica em: analgesia, na melhora dos espasmos provocados pela esclerose múltipla e pela lesão parcial da medula espinhal, como antiemético para pacientes em tratamento oncológico e pacientes em uso de antirretrovirais, para a terapêutica do glaucoma, como estimulante do apetite (larica). Assim, a sua utilização na terapêutica seria interessante contanto que fosse avaliado o risco x benefício para cada paciente, bem como idade, estado imune e desenvolvimento da doença, porque embora a maconha apresente todas essas atividades terapêuticas devido ao THC, não há publicações de que sua eficiência no tratamento dessas doenças seja superior ou equivalente à terapia existente, uma vez que a maconha possui vários outros componentes que não tem seus efeitos estudados, e que podem trazer muitos riscos à saúde. Isso se dá principalmente quando seu consumo ocorre através da inalação da fumaça durante a prática do fumo, pois ela possui substâncias tão cancerígenas quanto o tabaco.
O modo mais correto de se utilizar as propriedades terapêuticas da maconha seria o desenvolvimento de medicamentos a partir do THC como uma substância pura e isolada devendo estes serem considerados como medicamentos de uso controlado vendidos apenas com retenção da receita. Deve-se ainda fazer um monitoramento dos pacientes, devido ao risco de dependência advindo de seu uso.
Assim, acreditamos que o uso terapêutico da maconha sob a forma de droga vegetal contendo tanto o THC como as substâncias nocivas, único modo pelo qual ela encontra-se disponível atualmente, não deva ser legalizado, pois além do fato de que essas substâncias nocivas podem trazer prejuízos à saúde, ainda existe a questão do aumento do seu uso como droga de abuso, caso não haja um método efetivo de controle de sua venda.
REFERÊNCIAS
http://boasaude.uol.com.br/lib/ShowDoc.cfm?LibDocID=3677
http://revistavivasaude.uol.com.br/Edicoes/29/artigo27356-1.asp
http://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/texto.asp?id=1537
http://www.ibvivavida.org.br/noticias.asp?id=1119
FONTE IMAGEM http://revistavivasaude.uol.com.br/Edicoes/29/artigo27356-1.asp
3 comentários:
ja existe prescrição de medicamentos feitos da maconha e não apenas uso da forma vegetal. Sendo o medicamento como comprimidos, deveria ser permitido no Brasil?
tambem temos essa duvida..
Estando sob a forma de comprimido, isto significa que o princípio ativo (THC) foi isolado sendo separado das substâncias nocivas presentes na planta. Desse modo, no comprimido encontraremos apenas o THC e, consequentemente, no organismo serão observados apenas os efeitos decorrentes de sua ação. Sendo assim, acreditamos que o uso desses comprimidos deveria ser liberado no Brasil, no entanto, é de grande importância que haja controle sobre sua prescrição,sendo indicado apenas em casos onde não haja outra alternativa terapêutica; controle sobre sua venda,inserindo-o na lista de medicamentos de controle especial; e também monitorização dos pacientes que farão uso desse medicamento devido à questão da dependência decorrente da ação do THC.
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